terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A parte ruim do Nordeste e suas fragilidades





Há muitos anos passados se conhecia  um nordestino por seu jeito  de pessoa  sofrida. Na cidade de Coité, interior paraibano, vivia uma família muito pobreque se sustentava da venda de dias trabalhos.
Esta família era formada por Antônio dias da  Silva, sua esposa  Carolina Dias, e um casal de filhos: Juscelino e Luzia.
Houve um ano de muita seca naquela região que obrigou o senhor  Antônio deixar a família e viajar para São Paulo, a fim de procurar trabalho para que sua família não passasse necessidade.
Já em São Paulo, seu Antônio logo conseguiu um trabalho como faxineiro em uma grande empresa, onde ele recebia  o seu salário no final  do  mês que usava para comprar comida e mandar para seus filhos.
Passaram nove anos até que seu Antônio parou de dar notícias, pois encontrou outra companheira que fez com que ele se esquecesse da dona Carolina, naquela  ocasião seu Antônio já  estava totalmente esquecido da sua família, pois Maria das Dores sua  amante já tinha tomado o espaço de dona Carolina. O tempo se passou, não havia notícia do seu Antônio e a saudade foi aumentando juntamente com a falta de roupa, calçado e comida. Agora dona Carolina começa a pensar dias e noites, os filhos já são adolescentes e precisam de roupas, calçados e escola. Certo dia! Dona Carolina chama o casal de filhos e começa a dizer; filhos vocês estão vendo que nós não temos mais recurso nenhum: vamos vender as galinhas, os porcos, o jumento e as cabras, vamos juntar todo o dinheiro e vamos a São Paulo procurar seu pai que nos esqueceu aqui neste cafundó. Juscelino já tinha 16 anos e Luiza 14 anos. Apareceu um fazendeiro da região que com pouco dinheiro comprou tudo que dona Carolina possuía.
No dia seguinte ela com seu casal de filho pegou um ônibus em Coité que á  levou até Campina Grande, o dinheiro que ela tinha só deva   para  comprar as passagens dela e os seus filhos até são Paulo. Três dias de viagem chegaram a São Paulo e desembarcaram na Estação da Luz... Não conheciam ninguém, todos que ela olhava não era  o seu marido, passou a primeira  noite a segunda e dona Carolina não suportava  mais a fome o frio e a reclamação dos filhos, então dona  Carolina   agora segue outra trilha, chama os filhos e fala:
Filhos nós já estamos vendo que não vamos encontrar seu pai nesta  enorme cidade. O que vamos fazer? Vamos pedir ajuda, caso contrario nós vamos morrer de  fome aqui neste mundaréu de gente que  nunca vi na minha vida.
Como pedir ajuda? Pergunta Juscelino. Nós não conhecemos ninguém!
Dona Carolina responde: vocês vão ficar aqui junto de mim e eu vou ficar de olho; quando passar uma pessoa simpática eu chego perto dele peço  para pagar um almoço para nós. As horas passaram e a fome foi apertando; dona Luiza começou a chorar pedindo socorro que estava quase a morrer de fome. Apareceu uma senhora  muito simpática perguntou porque aquele choro naquele lugar?    Dona Carolina contou toda a história desde o dia que seu Antônio partiu até aquele dia que ali estavam. Esta senhora era dona Carmem, funcionaria  do  fórum de Barra Funda. Quando se interessou pela situação providenciou comida, roupa e abrigo para a família. Uma semana depois, dona Carmem conseguiu uma casa de família para dona Carolina trabalhar como doméstica.
Passaram-se dois anos e dona Carolina foi posta na rua, porque a família de onde trabalhava não aceitava seus dois filhos. Dona Carolina alugou um barraco de dois cômodos para morar com seus dois filhos na periferia. Todos os dias saia cedo para trabalhar, sempre deixava seu casal de filhos em casa. Enquanto dona Carolina saia para o trabalho,  os filhos aprenderam a sair  para fazer  coisas que não deviam, a mãe não sabia o que os filhos  faziam na sua ausência. Certo dia, um passageiro na estação da luz puxa  uma arma e atira em um ladrão que tentava roubar a sua carteira. Perante  muitos olhares curiosos apareceu dona Carolina, ela olhou o corpo sem vida no chão, reconheceu que aquele jovem morto era seu filho Juscelino. A dor da dona  Carolina foi tão grande que ela se debruçou por cima do cadáver enquanto chorava. Logo veio a  notícia, o assassino  tinha sido preso.  Surpresa, dona Carolina encarou o assassino e reconheceu que era seu esposo que a tanto tempo não se viam.   
Que esta historia sirva de lição para todos os pais, que possam  procurar criar e educar os filhos dentro do seu lar, recebendo os ensinamentos  vindos de Deus, tal como aponta o livro de Provérbios 22;5:  “Nas trilhas dos perversos existem espinhos e ciladas; quem deseja proteger a própria vida deve afastar-se deles. Ensina a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando for idoso não se desviará dele!”

Nazareno  M. Borges

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